segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Os Refugiados da Somália

A violência na Somália e a crise humanitária em que o país se encontra não demonstram sinais de enfraquecimento. Em Mogadíscio, a capital do país sofre com atentados terroristas e bombardeios indiscriminados que provocam morte e destruição, obrigando centenas de milhares de pessoas a fugir da cidade. O Governo Federal de Transição, autoridade que atualmente governa o país, é incapaz de impor a estabilidade necessária para melhorar a situação. Somente no ano de 2010, o combate deslocou mais de 200.000 pessoas dentro do país (pessoas internamente deslocadas), enquanto outros 70.000 fugiram para países vizinhos (refugiados). Sem leis e entregue à violência e à anarquia, Mogadíscio está hoje repleta de milícias, piratas, gangues e conflitos internos.


 A maioria dos deslocados internos vivem em assentamentos privados, temporários e densamente povoados e são frequentemente vítimas de abusos dos proprietários e não têm acesso à serviços básicos. As condições de vida dos refugiados são quase subumanas, pois são expostos a doenças, seca, aglomerações e as mulheres sofrem com estupros e o tráfico de pessoas. A falta de auxílio humanitário ocorre devido a dificuldade de acesso ao país e pela ameaça que isso representa para as pessoas que prestam esse auxílio. Agências humanitárias enfrentam ameaças e intimidação por parte de rebeldes do sul e do centro. Fazendo com que o ambiente perigoso e imprevisível force a suspensão das operações humanitárias em algumas áreas, piorando ainda mais as condições dos deslocados.


 A Somália enfrenta ainda o problema da pirataria que ameaça a navegação internacional em um dos mais importantes trechos de comércio marítimo do mundo. A pirataria tem prosperado nas águas costeiras da Somália, o que provocou um desvio forçado na rota dos navios tanto comercias quanto de auxílio humanitário, atrasando as entregas, e com isso agravando também o estado nutricional da população somali. A instabilidade e a pobreza nos países vizinhos, também resultaram em movimentos migratórios para a Somália, em uma tentativa desesperada de chegar ao Iêmen.


 Considerada um dos países mais pobres do mundo, a Somália possui uma economia principalmente agrícola e muito pouco industrializada. Com uma população aproximada de 8,5 milhões de pessoas quase que totalmente submetida a uma violência indiscriminada e à total violação dos Direitos Humanos, a Somália precisa de ajuda. Uma pacificação territorial no país levaria a estabilidade governamental, o que facilitaria a atuação do ACNUR, buscando reduzir ao máximo o número de refugiados e deslocados internos. Além de contribuir para o desenvolvimento do país, a solução dos conflitos civis trará estabilidade marítima da região e melhora nas condições de vida da população garantindo o futuro das próximas gerações.


 Para que este objetivo seja alcançado, os países precisam se unir e contribuir através do auxílio humanitário com um Estado isolado da comunidade internacional, que há muito tempo, não conhece a paz e muito menos os direitos fundamentais do homem. Assim tornando possível a reinserção do caso somali na agenda internacional. "




Vocabulário:
Refugiado  É toda a pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra.se fora do seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo.
Estupro ou violação  É a prática não- consensual do sexo, imposto por meio de violência ou grave ameaça de qualquer natureza por ambos os sexos.
Trecho  Espaço de tempo ou lugar; intervalo.
ACNUR  Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.


Fontes: 


Beatriz Carvalho  

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