quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Recuperação do Pós-Guerra

Durante alguns anos após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, a economia da nação ficou quase totalmente paralisada em virtude da destruição causada pela guerra, com uma séria escassez de alimentos, uma inflação descontrolada e um agressivo mercado negro. A nação perdeu todos os seus territórios de além-mar e a população ultrapassou a marca dos 80 milhões de habitantes, com o acréscimo de cerca de seis milhões de repatriados do exterior. Fábricas foram destruídas pelo fogo dos ataques aéreos. A demanda interna caíra com a cessação das encomendas militares e o comércio exterior era restrito pelas forças de ocupação. Mas o povo japonês começou a reconstruir a economia devastada pela guerra, auxiliado no início pela ajuda à reabilitação dos Estados Unidos. Em 1951, o Produto Nacional Bruto foi recuperado ao nível de 1934-36. O crescimento populacional inibiu a recuperação da renda per capita da nação, mas em 1954 esse indicador também recobrou o nível de 1934-36 em termos reais. O pessoal militar desmobilizado e os civis desconvocados juntaram-se ao mercado de trabalho proporcionando uma larga oferta de trabalhadores para a reconstrução económica no início do período do pós-guerra.
Várias reformas sociais realizadas após a guerra ajudaram a moldar uma estrutura básica para o subsequente desenvolvimento económico. A desmilitarização do pós-guerra e a proibição de rearmamento estabelecidas pela nova Constituição eliminaram o pesado ónus provocado pelos gastos militares sobre os recursos económicos da nação. A dissolução dos Zaibatsu (enormes monopólios empresariais) libertou as forças da livre concorrência, e a propriedade da terra cultivável foi redistribuída em grande quantidade entre os antigos arrendatários agricultores, dando-se a eles novos incentivos para a melhoria de seus lotes. Também foram removidos os obstáculos às atividades sindicais, tendo como resultado o fato de a segurança de emprego dos trabalhadores tornar-se mais protegida e abriu-se o caminho para o aumento constante dos níveis salariais.
Com o 'sistema de produção prioritária', deu-se ênfase ao aumento da produção do carvão e do aço, os dois principais focos do esforço industrial do país. A elevação da produção do aço estabeleceu a base para uma decolagem global da produção, caracterizando um impulso no investimento de capital, sustentado pela recuperação do consumo. Em seguida, a produção foi incrementada não apenas nas indústrias de base, tais como a do aço e dos produtos químicos, mas também em novas indústrias produtoras de vens de consumo, tais como as de aparelhos de televisão e de automóveis.


Rápido Crescimento Económico


A economia japonesa continuou a expandir-se rapidamente de meados dos anos 50 até a década de 1960, tendo sofrido apenas duas breves recessões, em 1962 e em 1965. A taxa média de crescimento anual esteve próxima dos 11% em termos reais, durante a década de 1960. Compare-se isto com os 4,6% da República Federal da Alemanha e os 4,3% dos Estados Unidos, no período de 1960 a 1972. E essa taxa também ficou bem acima do dobro da média da taxa de crescimento do próprio Japão de antes da guerra, que era cerca de 4% ao ano.
Concorda-se em geral que a rápida expansão da economia japonesa do final dos anos 50 até a década de 1960 foi impulsionada pelo vigoroso investimento da indústria privada em novas fábricas e equipamentos. O elevado nível de poupança das famílias japonesas proporcionou aos bancos e outras instituições financeiras amplos recursos para um pesado investimento no setor privado. O aumento dos gastos de capital foi associado com a introdução de nova tecnologia, muitas vezes sob autorização de empresas estrangeiras. O investimento para a modernização tornou as indústrias japonesas mais competitivas no mercado mundial, criou novos produtos e deu às empresas japonesas as vantagens da produção em massa e melhorou a produtividade por operário.
Um outro fator que está por trás do crescimento económico do Japão durante esse período foi a existência de uma abundante mão-de-obra com um elevado grau de educação. Um número razoavelmente grande de jovens entrava no mercado de trabalho a cada ano, e também houve uma acentuada migração de trabalhadores agrícolas para as fábricas e os empregos de prestação de serviços, que em sua maioria estavam localizados nas cidades maiores.
Conforme melhor exemplifica o plano de duplicação da renda em dez anos anunciado em 1960, a política económica do governo, na época, objetivava e encorajar a poupança, estimular os investimentos, proteger as indústrias de crescimento e fomentar as exportações. O Japão beneficiou-se com o clima de expansão da economia mundial e com a disponibilidade de um abundante suprimento de energia, que vinha do estrangeiro por um preço relativamente barato durante esse período.
Após uma breve recessão em 1965, a economia japonesa desfrutou de um longo período de prosperidade até por volta do verão de 1970, com a taxa de crescimento real durante esse período variando em torno dos 12%. O principal fato por trás desse crescimento foi o aumento do investimento de capital, usado para maiores gastos destinados a realizar a economia de escala, construir mais instalações para aumentar a capacidade de exportação e adquirir o equipamento necessário para responder às mudanças no meio social e económico, tais como as ferramentas que economizavam o trabalho e aparelhos para eliminar a poluição. O aumento das exportações devido à maior competitividade de preços dos produtos japoneses também serviu de suporte para a constante ascensão das atividades comerciais.




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